O livro "O Ódio Que Semeias" da autora
Angie Thomas e esta barbie
fashionista foram dois dos meus presentes de natal, acho que melhor combinação é impossível, estava tão ansioso para ler este livro e não só ele correspondeu às minhas expectativas como as superou completamente.
Gostei tanto que estou a desejar que haja alguém que se lembre de fazer uma excelente adaptação ao cinema, esta história tem tudo para gerar um filme maravilhoso.
Título em Portugal: O Ódio Que Semeias
Título Original: The Hate U Give
Autor(a): Angie Thomas
Nº de Páginas: 352
Lançamento: 09/2017
Editora: Editorial Presença
Sinopse:
Starr tem 16 anos e move-se entre dois mundos: o seu bairro periférico e problemático, habitado por negros como ela, e a escola que frequenta numa elegante zona residencial de brancos.
O frágil equilíbrio entre estas duas realidades é quebrado quando Starr se torna a única testemunha do disparo fatal de um polícia contra Khalil, o seu melhor amigo.
A partir daí, pairam sobre Starr ameaças de morte: tudo o que ela disser acerca do crime que presenciou pode ser usado a seu favor por uns, mas sobretudo como arma por outros.
Um poderoso romance juvenil, inspirado pelo movimento Black Lives Matter e pela luta contra a discriminação e a violência.
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Vou confessar que quando era criança um dos meus desejos era ter uma barbie com este tom de pele (ou semelhante), mas era difícil de encontrar no mercado, eu gostava de acreditar nessa altura que a única razão para não haver muitas no mercado era porque eram tão lindas, tão únicas que eram uma raridade, uma preciosidade.
Isto tudo leva-me ao tema central deste livro, o racismo, mas o que está presente neste livro é um racismo de ambas as partes, de ambas as cores da pele e outro tema que vem interligado, infelizmente ouvimos muitas vezes falar nas notícias que nos chegam dos EUA, as constantes mortes de pessoas afro-americanas, jovens, muitas delas sem terem ligação ao mundo do crime mas que são "confundidas" por causa somente da sua cor da pele.
É um livro forte, uma temática bastante sensível, arrepiou-me tantas vezes... Gostei muito, pensei que fosse um young-adult leve, uma história bem juvenil, mas não, é uma história madura, séria, bem real.
No meio de dois “mundos” divididos está uma jovem de 16 anos, chamada Starr, ela é afro-americana, vive num bairro social problemático mas estuda numa escola “para brancos” sendo que nessa escola só há mais uma pessoa para além dela com a sua cor de pele.
O que ela sente é que tem que ser uma pessoa diferente em cada um dos seus mundos, para ser socialmente aceite, facto que a perturba porque nunca se sente ela mesma, sente que está a constantemente a representar.
E namorar com um rapaz caucasiano,
Chris, traz-lhe todas as dúvidas que foram incutidas nela.
Essas dúvidas e diferenças acentuam-se quando lhe morre nos braços um segundo amigo, Starr já tinha perdido uma amiga com os seus 11 anos e agora voltou acontecer, o que ela não esperava é que além de ser uma testemunha do caso, de ter visto um polícia matar o seu amigo sem razão, ela e a sua família começam a ser não só assediados pela polícia como por um dos gangues do bairro, que têm medo do seu testemunho, com medo que ela os possa comprometer.
Esta é uma leitura intensa, forte, muitas vezes difícil de lidar e de digerir, é difícil aceitar que estas situações continuem acontecer e eu só posso dizer que adoro histórias que mexam comigo, a narrativa foi muito bem criada, com bons personagens e uma história bastante sólida, não ficou a faltar nada na minha opinião. Adorei esta leitura desde a primeira página, adorei a maneira como a história flui tão naturalmente até ao final e sinceramente gostei do final, acho que foi especial e digno para esta história.
Boas leituras! =)