A obra "Agora Fico Bem" (originalmente Before I Die) da autora Jenny Downham foi adaptada ao cinema com o nome "Now Is Good" estreado em 2012.
   Esta obra traz-nos a história da jovem adolescente Tessa, diagnosticada com leucemia, tem apenas alguns meses de vida. Ela escreve numa parede 10 desejos que quer cumprir antes de morrer, entre eles perder a virgindade, experimentar drogas, roubar algo de uma loja, entre outras.
   Filha numa família completamente disfuncional, a mãe ausente e um pai demasiado presente que muitas vezes negligenciam o filho mais novo, focando apenas em Tessa.
   Com a ajuda da sua melhor amiga, ela tenta realizar todos os seus desejos, o que Tessa não contava era apaixonar-se pelo vizinho.
   Um romance que não é lamechas, é muito comovente mas tem a sua pitada de humor, resiliência para não dizer uma certa rebeldia, típica da idade e de quem se acha no direito de o ser por estar a morrer.
   Este livro leva-nos a sorrir, a sonhar, a rir e a chorar, mostra-nos como todos nós reagimos de maneiras muito diferentes perante a uma morte anunciada.
   Eu gostei também muito do filme, chorei mais no filme que no livro, mas são os dois igualmente bonitos.

   Ando sempre a tentar encontrar um bom restaurante indiano desde que o meu preferido fechou e não tem sido nada fácil, temos tido muitas más experiências. Nunca me agradam e alguns chegam a ser mesmo muito maus.    
   Através do Zomato encontrei uns três restaurantes que apontei numa lista e o Natraj Palace em Birre foi o primeiro que fui experimentar, quando cheguei ao local deparei-me com um restaurante escondido no meio de umas casas, quando entrei achei que o almoço não ia agourar nada de bom. 
  Quando perguntei na hora do pedido se tinham vimto (a minha bebida de eleição para acompanhar comida indiana) e responderam positivamente mudei logo de opinião, até porque todos os outros a que tenho ido é raro ter. A comida é muito boa, pedimos de entrada um cheesenaan que estava muito bom e saboroso e também umas chamuças que eram muito agradáveis. Para prato principal costumamos pedir dois pratos e dividimos entre os dois, escolhemos o típico tikka masala de frango e o xacuti de borrego, pedimos sem picante e os molhos vieram bem picantes mas sem ser exagerado, eram muito agradável, os pratos estavam muito bem confeccionados e ricos em sabor. Já não havia espaço para sobremesa.
   Não posso deixar de referir a vista da janela para a Serra de Sintra, que o tempo deixou-nos contemplar. 
   Uma experiência a repetir sem dúvida.   

- Pão saloio fatiado 

   "Boas Pessoas" está em cena no Teatro Aberto em Lisboa e eu fui conferir este fim de semana. Tinha prometido a uma amiga levá-la ao teatro para ter a sua primeira experiência e escolher uma peça que nunca vimos nunca é fácil, queria que ela adorasse e que perdesse a 'virgindade' em grande. A escolha não podia ter sido mais perfeita, "Boas Pessoas" é uma excelente peça de teatro, com uma grande produção, um bom texto e com muito dinamismo entre as transições de cena.
   Foram gargalhadas até virem as lágrimas aos olhos e também algum drama que faz-nos reflectir sobre a vida, o nosso quotidiano. A peça fala-nos de uma mãe solteira Margarida interpretada brilhantemente pela Maria João Abreu, que fica sem trabalho e devido a idade com poucas probabilidades de arranjar um novo tão cedo, encontros e desencontros, classes sociais distintas e uma vida muito bairrista. A actriz Sílvia Filipe esteve excelente no papel que desempenhou e graças a ela escorreram-me lágrimas de tanto que me ri.
   Com um elenco de luxo; Maria João Abreu, Leonor Seixas, Irene Cruz, Sílvia Filipe, Pedro Laginha e Luís Lucas Lopes. Sem deixar de referir os momentos de transição entre as cenas com os coelhinhos e os jogos de luzes que apimentaram a peça.
   E o melhor de tudo, a amiga adorou!

   Estes foram os livros que recebi neste último Natal, enriqueceram a minha estante e vão-me fazer companhia ao longo deste ano de 2016.

   A mais recente revista à portuguesa do La Féria é A República das Bananas que traz-nos também uma pitada do Brasil.
   Confesso que achei as piadas um pouco repetitivas em relação às outras duas revistas, achei algumas coisas já demasiado vistas e espero que ele volte a trazer ao Teatro Politeama peças como a Judy Garland ou Uma Noite em Casa de Amália.
   O que é sempre ímpar é a grandiosidade dos seus espectáculos, com excelentes produções e cenários megalómanos que não ficam nada a desejar nas Broadways de lá fora.
   Nesta revista sobressai-se a grande Anabela nos seus momentos musicais e também gostei muito de ver Paula Sá, A dupla Bruna Andrade e Patrícia Resende são maravilhosas, com uma graça que parece muito natural.
   E foi duro ter que aguentar quase 3 horas de revista.

Homenagem a Carmen Miranda, as diferentes prostitutas e um passeio por Lisboa.

Paródia sobre a família real britânica e a Anabela a cantar o fado.

   O livro "O Menino Que Sonhava Chegar à Lua" de Sally Nicholls traz-me nos a história de Sam, um rapaz de 11 anos que tem leucemia em fase terminal.
   Através de uma escrita do género de um diário podemos acompanhar os pensamentos, os desejos, as perguntas e outras questões sobre o ponto de vista de Sam.



























   Dentro do género não é o meu preferido de todo, compreendo que o objectivo era a escrita representar um menino de 11 anos a falar sobre tudo o que lhe rodeia, mas faltou drama, intensidade e desenvolvimento à história. Por vezes a sensação que dá é que textos soltos, alguns tópicos e rascunhos que foram compilados num livro.
   A segunda metade do livro é melhor que a primeira devido claro ao prolongar da doença, não conseguiu arrancar-me uma lágrima mas não deixou de emocionar-me numa ou outra passagem.

   O primeiro filme do ano que decidimos ir ver ao cinema muito por insistência minha foi a "A Rapariga Dinamarquesa" que retrata a primeira pessoa que foi submetida a uma mudança de sexo, uma história inspiradora baseada em factos reais, mas o filme é mais que isso, muito mais que isso...




















   Não sei como explicar por palavras a beleza deste filme, uma história verdadeiramente inspiradora, comovente e incrivelmente bem interpretada pelo brilhante e talentoso actor Eddie Redmayne que deu à personagem uma excepcional sensibilidade, delicadeza e ingenuidade, sem cair no exagero ou no ridículo, conseguiu passar a mensagem da angústia e todas as questões psicológicas de ter nascido no corpo errado.
   Um retrato da transexualidade no final dos anos 30, uma mulher que nasceu no corpo de um homem que se tornou pintor e famoso pelo seu ofício e que todos os dias tem de desempenhar um papel que não a define. Não podemos deixar de referir a actriz Alicia Vikander que dá a vida à mulher de Einar/Lili, que consegue estar mais do que à altura do desafio com a sua marcante representação, segue todo o processo doloroso de perder o seu marido e ser o apoio incondicional da sua transformação.
   Acho que merece sem dúvida ir aos Óscares e estou a torcer pelos prémios de melhor actor e de melhor actriz porque sem dúvida que seriam bem entregues. E estou com curiosidade em ler também o livro com o mesmo nome.

A verdadeira Lili Elbe e a personagem do filme.